Em pouco mais de um mês, Tânia Martini já conseguiu arrecadar fios suficiente para 50 perucas.
Allyce cortou 47 centímetros de cabelo, que devem render até duas perucas Foto: Charles Dias / Especial
Há pouco mais de duas semanas a pequena a Allyce Steigleder de Lima, de 7 anos, manifestou o interesse de cortar as longas madeixas loiras. Um pouco relutantes, afinal eram quase 70 centímetros, os pais da estudante do primeiro ano do ensino fundamental perguntaram de onde ela tirou a ideia. A resposta foi inesperada. Doar para as crianças com câncer.
O nobre desejo surgiu depois que Allyce ouviu da dinda que era possível fazer perucas com os cabelos das mulheres e doar a quem precisava. Curiosa, a menina perguntou para a madrinha sobre quem usaria os tais adereços. Ao saber que seriam usados por pessoas que estavam doentes, e que devido ao tratamento ficaram carecas, Allyce se sensibilizou.
– Todo mundo precisa de cabelo. E, eu tenho um monte. Posso dividir! – explica a estudante, que teve 47 centímetros cortados para doação.
Os longos fios de Allyce foram cortados na última terça-feira e podem render até duas perucas. A responsável pelo corte, e também dona da ideia de arrecadar cabelo para confecção de perucas, foi a cabeleireira Tânia Martini. Proprietária de um salão de beleza em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, há pouco mais de um mês ela tem convencido as clientes a doar as madeixas cortadas.
– A gente só precisa de 10 centímetros de comprimento para conseguir fazer um peruca – explica.
Tânia sonha alto e já planeja ampliar a rede de solidariedade
Tânia deu um destino mais solidário as cabelos que iam para o lixo
Foto: Charles Dias/ Especial
Tânia conta que teve ideia ao saber que a Liga de Combate ao Câncer de Novo Hamburgo estava sem perucas para empréstimo. Foi quando “veio o estalo” de fazer algo para mudar essa realidade. O primeiro passo foi dar um destino aos cerca de três quilos de cabelo que iam para o lixo toda a semana em seu salão de beleza.
Sem dominar a técnica para confeccionar as perucas, a hamburguense foi atrás de uma parceria que soubesse. Segundo ela, já tem uma pessoa interessada, mas que está disposta a ensinar outra pessoa a fazer os modelos. E, foi com esse novo desafio que ela começou a “pensar alto”.
– Tenho uma reunião na Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários) para tentar conseguir que as detentas dos presídios femininos confeccionem as perucas para a gente doar às entidades – afirma, torcendo para que a ideia ''crie raízes”.
Até lá, Tânia segue arrecadando cabelos. Já são mais de 20 cortes capazes de render até 50 perucas.
Peruca: melhora a autoestima, mas custa caro
Uma peruca feira a partir de fios sintéticos custa em torno de R$ 700. Já, uma feita com cabelo natural pode passar dos R$ 2 mil. Por custar caro, as entidades de apoio a pessoas com câncer acabam tendo número limitado destes adereços.
No caso da Liga de Combate ao Câncer de Novo Hamburgo, que motivou a ideia da cabeleireira Tânia, há apenas 70 para um cadastro de 249 mulheres. De acordo com a coordenadora do Liga hamburguense, Teonisia Reichert, apenas duas perucas oferecidas pela entidade são de cabelos naturais. Mais resistentes, elas ficam melhores na cabeças das pacientes e muitas vezes não deixam evidente que se trata de perucas.
– Uma peruca faz toda a diferença na autoestima das pacientes. O ideal seria que fossem todas de fios naturais, mas como não dá, vamos jogando com o que temos – afirma Teonisia.
Fonte: ZH
Post. Eloídes Nunes.
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