As manchas de sangue na roupa da agricultora Helena Azambuja da Silva, 43 anos, são a última lembrança do filho Leonardo Azambuja da Silva, oito anos.
— Essas três gotinhas vão ficar para sempre aqui e no meu coração. O último suspiro ele deu nos meus braços — diz, mostrando a roupa ainda suja com o sangue do garoto.
Morador da localidade de Cerro dos Abreus, em Barão do Triunfo, a criança teria engolido pequenas esferas que pareciam chocolate, e podem ser veneno, em quantidade suficiente para ir a óbito poucas horas depois. Os moradores da cidade mostram-se perplexos e comovidos:
— Como aqui todo mundo se conhece, o sentimento é de que perdemos uma pessoa da família — resume a secretária municipal de Educação, Sílvia Vandame Pacheco.
Léo, como era conhecido, acordava todos os dias às 6h e não perdia aula nem em dia de chuva ou frio. Estudava no terceiro ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Princesa Dona Leopoldina, a 10 quilômetros do centro da cidade, em uma estrada de chão batido que há muito não vê reparos.
A um quilômetro dali, vive a sua família, em uma casa de tijolos sem reboco. Nos três cômodos úmidos e mal iluminados vivem agora Helena, o marido Luís Carlos e mais três filhos. Parceiro de estripulias de Leonardo, Ismael, 12 anos, escondia-se ontem para não mostrar as lágrimas que desciam pelo rosto. Ele não quer mais voltar à escola.
Mais crianças teriam ingerido substância
Segundo o delegado Pedro Urdangarin, titular da Delegacia da Polícia Civil de Arroio dos Ratos, que responde também por Barão do Triunfo, outras cinco crianças confirmaram ter ingerido o possível veneno.
De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, porém, sete crianças podem ter ingerido o produto. Todas estão sendo examinadas e acompanhadas. O material tem cheiro de chocolate, o que pode ter despertado a curiosidade das crianças.
O estudante Leonardo Azambuja da Silva, oito anos, estava no terceiro ano do Ensino Fundamental e teria consumido o veneno a caminho da escola. Conforme Urdangarin, as crianças consumiam o material desde o fim de julho, quando o pai do garoto que ofereceu as bolinhas para Leonardo achou os frascos na rua.
Por volta das 8h30min de terça-feira, Leonardo sentiu-se mal no colégio e começou a vomitar. Imediatamente, a Secretaria da Saúde enviou um carro para buscá-lo. Quando o veículo chegou, ele já estava sofrendo convulsões.
No posto de saúde, o quadro foi estabilizado pela equipe médica. Porém, o garoto teve outra convulsão e acabou transferido ao Hospital Conceição, em Porto Alegre, em uma viagem de uma hora e meia. O menino morreu às 15h.
"Chumbinho" é proibido pela Anvisa desde o ano passado
A suspeita do delegado é que o material seja um raticida conhecido por "chumbinho", material usado em agrotóxicos e proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2012. Neste caso, o homem que encontrou os frascos pode ser indiciado por homicídio culposo.
Uma amostra da substância foi remetida ao Departamento Médico Legal (DML) para análise. De acordo com a secretária da Saúde de Barão do Triunfo, Madalena Raphaelli Schwuschow, tanto os alunos que ingeriram o veneno quanto as famílias e professores estão recebendo acompanhamento psicológico. A escola está fechada pelo menos até segunda-feira.
FONTE: ZERO HORA
Post. Eloídes Nunes.
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