Há dois pontos que impedem de chamar de final antecipada a partida das 21h30min desta quarta-feira (20) entre São Paulo e Inter, no Morumbi. O primeiro, e mais importante, é que não são apenas os dois times que têm chances de vencer o Brasileirão: há pelo menos mais quatro equipes na corrida pelo primeiro lugar. O segundo é que o confronto é válido pela 31ª rodada, ainda faltarão sete jogos depois. Mas um clássico deste porte, que coloca frente a frente líder e vice-líder, dois times com características tão diversas, sempre será especial.
Do lado do Inter, o tratamento é como se fosse decisão. Ao menos uma centena de torcedores, descumprindo orientação de órgãos sanitários, foi ao aeroporto dar um apoio final aos jogadores. Abel Braga, porém, tentou distensionar o ambiente na última entrevista coletiva.
— Não sei se o resultado de quarta-feira decide (o campeonato). Estamos correndo atrás do São Paulo e o Atlético-MG está junto conosco, tem um jogo a menos. A dificuldade é muito grande, mas vamos no dia a dia, jogo a jogo. O Inter hoje é uma equipe a ser batida, também.
Fenando Diniz completou:
— Decisão tem sido todos os jogos no campeonato, você vai somando ponto para poder ser campeão. É assim que encaramos desde que começou.
É assim que os dois treinadores preparam mentalmente seus jogadores para o confronto da noite. Porque taticamente, as duas equipe já sabem o que fazer.
O São Paulo é fiel ao estilo do treinador. O time é o terceiro no ranking de posse de bola do Brasileirão, atrás apenas de Flamengo e Atlético-MG. Foram raras as partidas nas quais trocou menos de 500 passes, o que costuma começar já no goleiro Tiago Volpi. Claro que Diniz já foi mais radical e agora até permite um ou outro chutão. Mas o normal é tentar envolver o adversário, baixar os dois volantes, adiantar os laterais e, a partir disso, achar espaço. Tenta atrai-lo para um lado e buscar o oposto, onde ocorra uma jogada de mano a mano e drible ou uma tabela rápida.
Porém, a instabilidade do time, que viu o Inter reduzir para um ponto uma distância que chegou a ser de sete, pode pesar na hora decisiva.
— Acompanhei o trabalho com o Fernando no Athletico-PR e enfrentei algumas vezes. E o que posso falar é que o início do jogo do São Paulo diz muito. Se tiver dificuldade nos primeiros 25, 30 minutos, não conseguem ter a mesma fluência, e acabam forçando jogada de maneira desequilibrada — pondera o técnico Tiago Nunes.
O Inter é mais camaleão. Até o final do primeiro turno, quando era comandado por Eduardo Coudet, o Colorado também gostava de ficar com a bola, trocar passes e sufocar o adversário quando perdia a posse, especialmente no campo de ataque. A construção começava nos zagueiros. Depois da chegada de Abel Braga e da adaptação que fez na equipe, o cenário mudou. O time abriu mão do controle da bola, prefere dominar os espaços. A marcação baixou, entraram atletas de beirada e o contra-ataque virou arma importante.
Para que ocorresse essa mudança de estilo, fixar Rodrigo Dourado à frente da zaga foi fundamental. O capitão voltou após mais de um ano afastado por lesão, consolidou-se na função e ajuda em dois aspectos cruciais para o time: marcou dois gols de cabeça em seu retorno (o Inter é o time que mais fez gols em jogadas aéreas no campeonato) e comanda os desarmes (o Colorado é o líder em roubadas de bola, e também em faltas, no Brasileirão).
É assim, com estilos diferentes mas de resultados positivos que São Paulo e Inter chegam para um jogo que, ok, não será a decisão do Brasileirão. Mas de certa forma, para os dois, é como se fosse.
O Inter até não precisaria olhar para o lado, já que tem, em sua própria história, vitórias marcantes contra o São Paulo. Foi no Morumbi que dois gols de Rafael Sobis abriram caminho para a conquista da América. Foi lá também que a falta de D'Alessandro encontrou o calcanhar de Alecsandro e garantiu a equipe na final da Libertadores (e automaticamente no Mundial) de 2010. Mas o reencontro de dois dos protagonistas da década passada traz dois times com jeitos diferentes, em momentos diferentes. E aí, pegar exemplos de quem teve sucesso recentemente pode não ser má ideia.
No caso colorado, são casos recentes. E um até do vizinho e rival. Entre as derrotas do São Paulo na temporada, as mais próximas são contra Grêmio, Bragantino e reservas do Santos. Em comum, foram resultados obtidos jogando de maneiras diferentes.
— A complicação do São Paulo é enfrentar no meio-campo, porque eles colocam muita gente no setor da bola e abrem espaço. Mas as equipe que conseguiram encaixar marcação muito alta, como o Bragantino, ou bem baixa, como o Grêmio, causaram dificuldades — recorda Tiago Nunes.
De fato, o Bragantino optou por uma postura agressiva, de tirar os espaços já no ataque, sem deixar que o São Paulo construísse as ações ofensivas. Para isso, acabou cometendo quatro vezes mais faltas, por exemplo. Na prática, a cada vez que o time de Diniz passava, alguém parava o jogo.
Grêmio e Santos adotaram a postura mais defensiva. Recuaram até o meio-campo e tiraram os espaços na fase de definir jogada. Basicamente, o São Paulo podia avançar até a intermediária. Ali, aglomeravam-se defensores que impediam a conclusão. Para isso, não se importaram de ficar com a bola em apenas um terço do jogo. O relevante era defender e sair em velocidade, buscando direto o gol adversário no menor tempo possível.
— O Inter encontrou a característica do Abel, é compacto. Praxedes deu consistência ao tripé. Acho que é um jogo que se encaixa ao que o Inter quer — finaliza Tiago Nunes.
Fonte/Foto: GHZ
Post. Marcelo de Moura
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